O Dia Mundo do Autismo, celebrado
anualmente em 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas em 18
de Dezembro de 2007 para a conscientização acerca dessa questão. Hoje, esse
movimento tomou força e une milhares de pessoas ao redor do mundo.
Como de costume, eu não poderia ficar de
fora desse assunto tão complexo e maravilhoso. Então, venho fazer a minha parte
e dar informações sobre esse transtorno.
Estima-se que esta complexa síndrome atinja
cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil e, segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), 70 milhões no mundo. Pesquisas indicam que o número de autistas é
maior que a soma total de crianças com AIDS, diabetes e câncer. Portanto, não é
algo raro e deve ser tratada de maneira adequada, apesar da escassez de
informações sobre o assunto.
O autismo é uma forma particular de se
situar no mundo e, portanto, de se construir uma realidade para si mesmo. A
pessoa autista enxerga o mundo de uma maneira diferente das outras pessoas.
Esse comportamento exclusivo de autistas
faz com que eles tenham certa dificuldade em se situar no mundo, isso afeta
tanto na parte social quanto no aprendizado da pessoa.
Os primeiros estudos foram feitos por Jean
Itard, que em 1801 levou a cabo uma descrição da criança selvagem, passando
Eugen Bleuler, que em 1901 o relacionou com a esquizofrenia, até Leo Kanner,
que realizou em 1943 o detalhamento minucioso dos itens característicos, e Hans
Asperger, que se centrou em outro tipo de autismo, às vezes chamado de autismo
inteligente.
Ano passado postei sobre características
gerais do autismo, hoje, quero focar na Síndrome de Asperger.
Síndrome de Asperger
Com a nova
definição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), a
síndrome passa a ser considerada uma forma mais branda de autismo.
Como a Síndrome
de Asperger só foi reconhecida recentemente como um transtorno do espectro
autista, o número exato de pessoas portadoras da doença ainda não é exato.
Estimativas mostram que a ocorrência do transtorno pode ser mais comum do que
se acreditava: uma entre 250 crianças aparentemente são diagnosticadas com a
síndrome.
Sintomas
As pessoas com
síndrome de Asperger se tornam muito concentradas ou obcecadas com um só objeto
ou tema, ignorando todos os demais. Querem saber tudo sobre este tema e, com
frequência, falam pouco de outra coisa.
As crianças com
síndrome de Asperger apresentam muitos feitos de acordo com o assunto de seu
interesse. Com frequência, não reconhecem que a outra pessoa perdeu o interesse
no tema. As áreas de interesse podem ser bastante limitadas, como uma obsessão
com os horários dos trens, as listas telefónicas, uma coleção de objetos.
As personas com
síndrome de Asperger não se isolam do mundo da mesma maneira que outras
personas com transtorno autista. Com
frequencia se aproximam de outras pessoas. Porém, seus
problemas com a fala e a linguagem levam a um isolamento.
- Podem falar em um tom monótono e podem não reagir a comentários ou emoções de outras pessoas;
- Podem não entender o sarcasmo ou o humor, interpretam uma metáfora literalmente;
- Não reconhecem a necessidade de cambiar o volume de sua voz em situações diferentes;
- Têm problemas com o contato visual, expressões faciais, as posturas do corpo e os gestos (comunicação não verbal);
- Podem ser classificados por outras pessoas como "incomuns" ou "estranhos".
As pessoas com
síndrome de Asperger têm problemas para formar relações com crianças da mesma
idade ou outros adultos, devido à:
- Serem incapazes de responder emocionalmente em interações sociais normais.
- Não são flexíveis a respeito de rotinas ou rituais;
- Têm dificuldade para mostrar, trazer ou assinalar objetos de interesse de outras pessoas;
- Não expressam prazer pela felicidade de outras pessoas.
- Retardo em ser capazes de montar em uma bicicleta, pegar uma bola ou subir em um brinquedo;
- Torpeça ao caminhar ou realizar outras atividades;
- Estralar os dedos, contorções ou movimentos repetitivos com o corpo.
Muitas crianças
com síndrome de Asperger são muito ativas e por isso podem ser diagnosticadas
com transtorno de hiperatividade e déficit de atenção (THDA). Podem desenvolver
ansiedade ou depressão durante a adolescência. Igualmente, podem-se observar sintomas
do trastorno obsesivo-compulsivo e um transtorno de tic como na síndrome de
Tourette.
Critérios
diagnósticos
A maioria dos
casos de Síndrome de Asperger são diagnosticados na idade de 7 anos ou mais
tarde. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, os critérios diagnósticos
se baseiam em algumas pautas:
- Nas dificuldades qualitativas de interação social;
- Padrões de comportamento, interesse e atividades restritas, repetitiva e estereotipados que manifestam;
- Deficiência clinicamente significativa na área social, ocupacional e em outras áreas importantes do desenvolvimento;
- Atraso clínico significativo na linguagem;
- Atraso clinicamente significativo para sua idade cronológica, no desenvolvimento cognitivo, de habilidades de auto-ajuda e adaptação, ou de curiosidade pelo ambiente que o cerca;
- Não se cumprem os critérios de outro transtorno generalizado de desenvolvimento, ou de esquizofrenia.
Tratamento da Síndrome de Asperger
Pelo Dr. Ananya Mandal, DM
Não há presentemente nenhuma cura e nenhum tratamento específico para a
síndrome de Asperger. Contudo, a detecção atempada e a intervenção podem ajudar
crianças com a circunstância a tornar-se os adultos que podem viver uma vida
relativamente independente.
Estas crianças podem ter mais oportunidade de alcançar sua capacidade
plena. As Terapias e a gestão incluem:
- Comunicação baseada em intervenções;
- Terapia comportável;
- Mudanças dietéticas e do estilo de vida.